segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A História do Banespa - 2ª parte

Continuamos aqui a contar a trajetória do banco do Estado de São Paulo (Banespa).

Com a inauguração do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo (1907) e do Teatro Municipal (1911), o interesse cultural na cidade foi aumentando e começaram a surgir, timidamente, os primeiros artistas representantes da realidade paulistana. Foi em 1917 que a exposição de Anita Malfatti em São Paulo chamou a atenção dos intelectuais e do público em geral para a grande cena artística que então surgia e cujo grande momento seria a Semana de Arte Moderna de 1922.
Essa década viu ainda uma das maiores manifestações do proletariado brasileiro: a Greve Geral de 1917. Foi um movimento que teve a adesão dos trabalhadores da indústria e do comércio e tinha inspiração anarquista. Tudo começou com a morte de um jovem trabalhador de uma fábrica no Brás chamado José Martinez durante um protesto contra as más condições de trabalho. Indignados, seus colegas instauraram uma greve que logo teve a adesão de muitas fábricas vizinhas. Com o tempo, o comércio e o funcionalismo público acabaram aderindo ao movimento, o que paralisou a cidade. A manifestação começou na capital e alastrou-se pelo Estado. Logo, quase todo o País estava dominado pelo estado de greve.
Em 1918, ocorreu um surto de gripe espanhola que matou 8.000 pessoas em apenas uma semana. Logo, os níveis alarmantes de focos da doença fizeram com que se tornasse uma pandemia. No total, 35.000 pessoas morreram só na capital.
Esse final de década marcou também o surgimento do novo perfil das famílias de poder aquisitivo na capital. Entravam em cena os industriais como os Matarazzo, os Crespi e os Nothmann, entre outros, cujas fábricas fizeram crescer o desenvolvimento industrial na cidade. Em 22 de setembro de 1927, após um aumento de 150% no capital social do banco no ano anterior, o nome do banco foi alterado para Banco do Estado de São Paulo S/A e seu endereço telegráfico (Banespa) acabou determinando o nome que ficou na memória das pessoas e pelo qual o banco ficou mais famoso. Altino Arantes (que fora o Presidente do Estado na época da nacionalização do banco) foi nomeado o 1° presidente do banco nessa nova fase.
Na Semana de Arte Moderna de 1922, a cidade viu surgir grandes nomes da Literatura, Pintura, Música e Escultura como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Menotti Del Picchia, Heitor Villa-Lobos e a própria Anita Malfatti, considerada a precursora da nova cena, entre muitos outros que fizeram história no campo das Artes.
Nesse período (fins da década de 20), o Estado era governado por Júlio Prestes (1927-1930), outro político paulista que foi eleito Presidente do Brasil, mas foi derrubado por Getúlio Vargas, terminando, assim, o período da República Velha e da Política do Café com Leite. O prefeito era José Pires do Rio (1926-1930), o último prefeito eleito daquele período histórico (a partir daí, o município foi governado por interventores federais até 1947 e por interventores nomeados pelo Governador do Estado até 1953).
Em 1929, apesar da grande Crise que abalou o mundo com a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, o Banespa, por ser um banco estatal conseguiu manter-se firme. Em 1930, foi o primeiro banco nacional a conceder crédito agrícola.

Rua XV de novembro em 1920: o Banespa começou aqui
Crédito da foto:  http://armazendatuca.blogspot.com/2010_04_01_archive

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